Para melhorar no Yoga, antes de tudo é preciso entender o que ele realmente é. O Yoga é um processo contínuo de autodescoberta, autocompreensão e energização. É preciso, primeiro, enxergar os resultados dentro de si, para, então, enxergar os benefícios do lado de fora.
Um pensamento imediatista poderia concluir que, para melhorar no Yoga, basta treinar cada vez mais intensamente, tal como em atividades físicas tradicionais. Entretanto, o Yoga é o oposto disso.
Essa filosofia prática milenar, que chamamos Yoga, envolve sim a movimentação do corpo e a superação das limitações pessoais, mas com base em outros pilares, como concentração, constância, paciência, compreensão...
Neste artigo, te explico como melhorar de verdade no Yoga, sem correr riscos e respeitando seu tempo e seu corpo. Vamos lá?
Como melhorar a prática de Yoga?
Atitudes simples podem fazer a diferença nas aulas de Yoga. Confira algumas dicas para melhorar e se desenvolver melhor!
Escolha um bom tapetinho
Um dos primeiros passos para progredir no Yoga é usar um bom tapetinho. Ele é a peça chave da prática, porque amortece o peso do corpo sobre as articulações, além de evitar escoriações nos Asanas de solo, sem deixar de oferecer o atrito necessário às posturas em pé, para que você não corra o risco de escorregar.
Embora outros métodos de Yoga dependam de acessórios, aqui no YA, propomos o autodesenvolvimento livre, ou seja, a prática usando apenas o corpo, livre de acessórios, o que melhora a relação mente e corpo e contribui para a concentração e para a evolução do aluno.
Em situações específicas, porém, como quando os acessórios são realmente necessários, aí sim podemos recorrer a cintos, blocos e suportes, pensando na segurança na execução dos movimentos Porém, sem apego.
Prepare a sua consciência
No Yoga não fazemos aquecimento, mas preparamos a nossa consciência para a prática. Normalmente começamos a aula com a mente agitada. Logo, se vamos direto para um asana mais exigente, a chance de apenas sofrer e ficar lutando contra o corpo é alta, pois a consciência está presa na agitação mental do dia a dia, no fora.
Sendo assim, a melhor forma de se preparar para os asanas é trazer a mente presente para a ação, o que pode ser feito por meio de posturas mais básicas, o muito usado Surya Namaskar (saudação ao sol) e também através da respiração.
Foco na respiração
Entenda que a respiração (Pranayama) é o coração do Yoga. É a respiração que guia o movimento e promove o controle do corpo e da mente. Respirações conscientes não apenas ajudam a manter a calma durante as posturas, mas também aumentam a estabilidade e a sustentação dos movimentos.
Respeite seu progresso individual
Depois de algum tempo de prática, você pode notar que algumas regiões do corpo tendem a ser mais rígidas ou menos móveis do que outras. Identificar essas áreas e trabalhar nelas com mais cuidado também ajuda a melhorar a sua mobilidade e a sua flexibilidade.
O mais importante, porém, é respeitar seus limites e não forçar além da sua capacidade. O Yoga é também sobre se conhecer e se respeitar.
Quantas vezes por semana é bom praticar Yoga?
O Yoga é um processo contínuo de autodescoberta e energização do corpo, por isso, sempre digo que a constância é a chave para melhorar no Yoga: manter uma prática regular é o mais essencial, mesmo que sejam poucos minutos por dia, apenas alguns dias na semana.
Entendo que a frequência com que você consegue praticar o Yoga depende de vários fatores, que incluem principalmente seus objetivos pessoais, seu nível de experiência e sua disponibilidade.
Contudo, se você está buscando resultados satisfatórios, como maior flexibilidade, força muscular ou redução significativa do estresse, o ideal é estabelecer uma rotina regular de pelo menos três sessões de uma hora por semana.
Ainda assim, não se esqueça que o sucesso no Yoga não se mede apenas por uma grande frequência ou intensidade da prática, mas pela qualidade do tempo que você dedica a ela e pela forma como ela se integra à sua vida.
4 erros que você não pode cometer nas aulas de Yoga
Separei algumas dicas e conselhos para te ajudar a melhorar sua prática de Yoga de forma segura e eficaz. Antes, porém, não me canso de repetir que a jornada do Yoga é pessoal, ou seja, cada um tem seu próprio ritmo de progresso, então, concentre-se em aproveitar o seu caminho, desfrutando dos benefícios que o Yoga traz para sua vida.
1. Querer resultados rápidos demais
Entendo que muitas pessoas procuram o Yoga com objetivos estéticos, comparando seus benefícios com outras atividades, como academia e esportes, por exemplo.
Você deve compreender, porém, que a evolução do Yoga acontece de dentro para fora. Você só vai perceber alguma mudança no seu corpo (aspecto estético) ou na execução das posturas após, internamente, já ter evoluído, já ter se desenvolvido, já ter internalizado o Yoga.
À primeira vista, o caminho do Yoga parece lento porque estamos sempre buscando resultados no campo denso. Entretanto, se olhar para dentro, para o sutil, perceberá logo nas primeiras aulas muita mudança, muita evolução, principalmente na forma de encarar e lidar com os fatos da vida, no dia a dia.
2. Não respeitar seus limites
Seguindo a mesma lógica, respeitar os limites do corpo é fundamental no Yoga: cada pessoa tem níveis diferentes de flexibilidade, mobilidade e resistência, e forçar além desses limites só vai resultar em dores e lesões, não em progresso.
O Yoga é sobre encontrar equilíbrio e harmonia, não sobre empurrar até o limite extremo. Se uma postura se torna desconfortável ou dolorosa, é um sinal claro de que você deve parar. Se você sentir dor, ajuste a postura ou busque orientação profissional para garantir que está praticando de forma segura.
3. Forçar posturas
Forçar posturas pode parecer tentador, especialmente quando queremos progredir rapidamente, mas essa é uma das principais causas de lesões no Yoga.
Como falo em vários momentos neste artigo, flexibilidade e força são conquistadas com consistência e tempo, então se você sentir dor intensa ao tentar uma postura, pare imediatamente.
Se precisar, pode usar acessórios para tornar as posturas mais acessíveis no início, e lembre-se de respirar conscientemente durante toda a prática para aliviar a tensão e sustentar de forma saudável as posições.
4. Comer muito ou não comer nada antes de praticar
Praticar Yoga com o estômago cheio ou totalmente vazio pode ser desconfortável e até perigoso e prejudicial.
Comer refeições pesadas antes da aula pode causar mal-estar e prejudicar sua capacidade de se mover livremente, enquanto praticar com o estômago vazio também pode ser problemático, pois você pode se sentir fraco, sem energia e com risco maior de quedas e lesões.
A melhor abordagem é comer alimentos leves e de fácil digestão — como frutas, cereais, pães ou barrinhas naturais — pelo menos duas horas antes da prática.
Este artigo fica por aqui. Gostou das dicas? Sabia que, além de todas essas orientações, a meditação é também parte essencial do Yoga? Aproveite que chegou até aqui e entenda melhor: Yoga e meditação: afinal, existem diferenças?
Sobre Claudia Faria
Claudia Faria é fundadora do método Yoga Adventure. Pratica Yoga desde os 14 anos, idade em que decidiu se tornar professora, e, aos 19, formou-se na primeira universidade de Yoga do país, Belas Artes e FAINC. Já ministrou cursos, palestras e workshops no Brasil, Estados Unidos, Europa e Argentina, e hoje atua como CEO do Grupo YA. É também escaladora e formada em Medicina Veterinária.